Meu querido blogue! Há muito tempo que não escrevo nada para ti. Pois, foi-se-me a inspiração e a vontade para tal. É que, neste momento, não consigo falar de flores e de passarinhos a chilrearem nos ramos das árvores.
2010 acabou sem motivo de orgulho ou regozijo para nós portugueses.
O aumento dos preços e dos impostos está aí. O acordo ortográfico (que eu não vou cumprir, sempre que puder) está aí. A ameaça do FMI está aí.
O constatar que, por dia, faliram onze empresas, deixa-me uma vontade enorme de perguntar: Será que 4015 empresários ficaram no desemprego? Será que estes empresários indemnizaram, devidamente, os seus trabalhadores [colaboradores(???) como é mais in dizer]? Ou será que lhes foi permitido (como alguém que trabalha no maior banco português me contou) abrir uma nova empresa, sem cumprir as obrigações com a velha?
Ter de ouvir, diariamente, os papagaios (sem ofensa aos ditos) do costume (políticos, economistas, empresários, comentadores de serviço...), dizer que a crise é da responsabilidade de todos, é uma mentira afrontosa para os cidadãos honestos. Ouvir dizer que vamos ter todos de a pagar, é uma aldrabice.
Alguém, um optimista, por certo, mandou-me uns extraordinários votos de Ano Novo. Agradeci, mas não acreditei. Tais votos seriam possíveis se a esperança não tivesse ido viver para longe deste país. Só me resta, então, pôr um anúncio no facebook: "Cidadã honesta, precisa urgentemente de encontrar país, onde consiga viver decente e condignamente. Dará alvíssaras a quem ajudar."
Fernanda Pedroso
03 janeiro 2011
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