03 janeiro 2011

2011 chegou! O que mais nos irá acontecer?...

Meu querido blogue! Há muito tempo que não escrevo nada para ti. Pois, foi-se-me a inspiração e a vontade para tal. É que, neste momento, não consigo falar de flores e de passarinhos a chilrearem nos ramos das árvores.
2010 acabou sem motivo de orgulho ou regozijo para nós portugueses.
O aumento dos preços e dos impostos está aí. O acordo ortográfico (que eu não vou cumprir, sempre que puder) está aí. A ameaça do FMI está aí.
O constatar que, por dia, faliram onze empresas, deixa-me uma vontade enorme de perguntar: Será que 4015 empresários ficaram no desemprego? Será que estes empresários indemnizaram, devidamente, os seus trabalhadores [colaboradores(???) como é mais in dizer]? Ou será que lhes foi permitido (como alguém que trabalha no maior banco português me contou) abrir uma nova empresa, sem cumprir as obrigações com a velha?
Ter de ouvir, diariamente, os papagaios (sem ofensa aos ditos) do costume (políticos, economistas, empresários, comentadores de serviço...), dizer que a crise é da responsabilidade de todos, é uma mentira afrontosa para os cidadãos honestos. Ouvir dizer que vamos ter todos de a pagar, é uma aldrabice.
Alguém, um optimista, por certo, mandou-me uns extraordinários votos de Ano Novo. Agradeci, mas não acreditei. Tais votos seriam possíveis se a esperança não tivesse ido viver para longe deste país. Só me resta, então, pôr um anúncio no facebook: "Cidadã honesta, precisa urgentemente de encontrar país, onde consiga viver decente e condignamente. Dará alvíssaras a quem ajudar."

Fernanda Pedroso

10 novembro 2010

Reciclar vuvuzelas

Nunca fui de patriotismos hipócritas.
E, neste momento, em que os mais poderosos (políticos, banqueiros e empresários) dizem que o desmando em que vive este país, é culpa de todos, quando só alguns é que encheram/enchem os bolsos, estou farta de tanta hipocrisia.
Por isso, parece-me, no mínimo, refrescante a ideia de reciclar vuvuzelas. Como na África do Sul haviam demasiadas vuvuzelas, sem utilidade alguma, foi feito um concurso para apresentação de propostas com o objectivo de reciclá-las. Ganhou a que aglutina três argolas de vuvuzela, com dimensões e cores diferentes, para as transformar num brinco de senhora, que irá ser comercializado brevemente.
Bem hajam as ideias originais!
Cá, em Portugal, pelo que se vê, até deixam estragar alimentos que foram dados para matar a fome de quem a tem. Logo, as vuvuzelas iriam apodrecer, até aos próximos milénios, num qualquer contentor...

Fernanda Pedroso

16 outubro 2010

Sobre a República

Ainda no rescaldo do centenário da República, entre tanta coisa boa e má de que se falou, aqui fica uma lista de ícones simbólicos, datados da 1ª República, ainda existentes em Lisboa e em actividade:
- carros eléctricos da Carris;
- Café Gelo;
- Brasileira do Chiado, desde sempre frequentada pelas elites intelectuais e revolucionárias;
- fábrica da cerveja;
- alfaiataria Nunes Correia, com mestre alfaiate, e onde, nos fatos feitos por medida, tudo era feito à mão; aliás, o fato por medida, a cartola e o bigode, caracterizavam o homem republicano de 1910;
- barbearia Campos, que conserva utensílios usados em 1910;
- chapelaria Azevedo Rua.
A fazer uma visita a estes locais, numa próxima ida a Lisboa, assim como, ao Museu Bordalo Pinheiro.

Fernanda Pedroso

13 outubro 2010

Mineiros resgatados com êxito

Coisas assim, fazem-me acreditar no Homem.
A história conta-se rapidamente: no dia 5 de Agosto, desmoronou-se uma mina de cobre e ouro, perto de Copiapó, localidade do deserto de Atacama, Chile, soterrando 33 mineiros, a 700 metros de profundidade. Estiveram 17 dias incomunicáveis, vivendo na escuridão das profundezas, alimentando-se, apenas, de uma ração de água, algum leite, meia bolacha e duas colheres de atum, em cada 48 horas.
No exterior, ninguém fica insensível e são desenvolvidos esforços para os salvar. As perspectivas dos especialistas, apontavam para que o salvamento ocorresse, apenas, próximo do Natal.
A 23 de Agosto, recebem, pela primeira vez, comer, oxigénio e água. Depois, começam a comunicar, por escrito e de viva voz, com os familiares. Entretanto, nasce a filha de um deles, a quem é dado o nome de Esperanza.
No início de Outubro, está pronta a cápsula, chama Fenix, como a mítica ave que renasceu das cinzas, construída pela marinha chilena, com a colaboração da NASA. Esta cápsula, com meia tonelada de peso, dois metros de altura e sessenta centímetros de diâmetro, iria ser o meio de transporte destes homens, que estiveram, como disse um deles, "entre deus e o diabo", para a liberdade.
E, de fato antiabrasivo vestido e óculos escuros postos, surge o primeiro mineiro à superfície, após 69 dias soterrado, dando lugar a uma grande explosão de alegria de todos os presentes e renovando a esperança da realização do resgate com sucesso, dos restantes. A partir de então, foram subindo, um a um, sem interrupções, nem perdas de tempo desnecessárias.
Emocionadamente, os corações, deles e nossos, foram batendo ao longo de todas aquelas horas, para finalmente descansarem, sentindo que ao menos, por uma vez, não se pensou mais no dinheiro do que no homem.

Fernanda Pedroso

07 outubro 2010

Vivendo e aprendendo...

Monsanto e Penha Garcia são duas freguesias do concelho de Idanha-a-Nova (Beira Baixa).
Monsanto foi considerada a aldeia mais portuguesa de Portugal. Dela disse Saramago, "Devemos entender o que há de pedra nas pessoas e descobrir o que das pessoas passou à pedra".
Penha Garcia, também chamada o presépio da Beira, está cheia de rochas estranhas, com vestígios fósseis do que ali viveu em épocas remotas. Vestígios esses, tão vivos e autênticos, como nunca tinha visto noutro lado.

Foto obtida aqui

Em ambas se fazem as marafonas, bonequinhas confeccionadas a partir de uma cruz, com trajes coloridos. Não têm olhos nem boca, para nada verem e poderem contar e estão associadas ao culto da fertilidade. Devem ser colocadas debaixo da cama dos recém casados.
Conta a dona da loja de artesanato e fazedora de marafonas que um dia lhe apareceu na loja uma mulher que não conseguia ter filhos, "Ai meu Deus que até me arrepio toda só de falar nisso!". Ao saber dos poderes da boneca, levou uma consigo. Passados quase dois anos, voltou lá, com um bebé num carrinho e dirigiu-se a ela, beijando-a e abraçando-a. A marafona cumprira a sua função.

Como se faz uma marafona de Monsanto?
Ver vídeo, aqui.

Fernanda Pedroso

05 outubro 2010

Centenário da República Portuguesa

Republicanos na toponímia da cidade de Almada: aqui

04 outubro 2010

Istambul 2010: Capital Europeia da Cultura

Istambul
1º plano, Mesquita Azul, do Sultão Ahmet I
2º plano, Basílica de Santa Sofia