31 agosto 2010

Papagaios, Catatuas e Araras

Papagaio--------Catatua-------Arara
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Folhear um livro sobre catatuas, araras e papagaios é um regalo para a vista. São giros, coloridos, espertalhões e inteligentes.
De cores, tamanhos e espécies variadas, estes animais pertencem à família do psitacídeos. Têm como principais características a cabeça larga e robusta, o bico forte e curvo, próprio para descascar sementes, uma longevidade grande (60, 70 ou mais anos), uma grande semelhança entre machos e fêmeas. São originários das zonas tropicais e possuem a incrível capacidade de imitar todo o tipo de sons.
Os papagaios, ou louros como também são conhecidos, falam, cantam e alguns até sabem fazer contas e ir à casa de banho. A sua inteligência é equivalente à de uma criança de 3 anos. Imaginação à solta e logo nos vem à memória aquele louro verde e amarelo que havia na minha rua, quando eu era criança e que, de cabecita à banda, me dizia "olá", esperando o meu "olá" de resposta.
E a catatua Didi, dos livros Uma Aventura, de Enid Blyton, que me deixava com uma vontade louca de ter uma catatua!
E aquela foto que a Mariana tirou no Jardim Zoológico de Lisboa, com uma arara ao ombro! Ambas tão lindas, a combinarem colorido e ternura...
Sabendo-se que estes animais são muito sociáveis e com uma grande capacidade de envolvimento emocional com os humanos, não podemos deixar de mostrar a nossa simpatia por eles. Os "outros", os falsos papagaios que populam na política, não papagueiam nada de jeito e não demostram grande capacidade de envolvimento emocional com as populações. Merecem a nossa desaprovação.
Para terminar, una história gira, extraída do jornal Expresso, de 15 de Agosto de 2009, Revista Única.

"Dona Adélia e o Senhor Agostinho Luz, são donos de uma pequena retrosaria de bairro na Serra das Minas, perto de Rio de Mouro. Quando o filho casou e saíu de casa, há seis anos, o casal ressentiu-se com a solidão. Na altura, decidiram comprar um papagaio, para devolver vida à casa. Hoje, têm "casa cheia". Falam do "Nico" como de um bebé. E ele retribui o afecto, chamando "papá" ao dono. "É um autêntico filho para nós. Já não conseguíamos viver sem ele. Faz uma companhia enorme. Está sempre a cantar e a dançar e à noite vê sempre connosco o programa do Malato", conta Adélia, de 64 anos, que bem se tem esforçado para que o animal também a trate por "mamã".
Das sopinhas de leite que lhe prepara antes de dormir à "mantinha" que lhe bordou, para que não se constipe com uma corrente de ar, não há mimo que Adélia não dispense ao bicho. Nem elogia que não lhe teça. "Não é por ser meu, mas este papagaio é diferente de todos os outros. Faz cocó na sanita e diz 'desculpa, desculpa' sempre que dá um grito mais alto ou eu ralho com ele", conta.
Na loja, o "Nico", também faz as delícias dos clientes. "Bom dia! Estás boa?", é como costuma cumprimentar as freguesas habituais. Adélia e Agostinho esmeram-se na educação do bicho. Nunca dizem palavões à sua frente. Mas há quem, no bairro, insista em ensinar-lhe, ao ouvido, um português mais vernáculo. E o pior é que não há nada que os papagaios gostem mais de imitar do que isso, garante o criador Júlio Rocha. "Quando dizem asneiras, as pessoas riem-se ou falam com uma entoação diferente. Eles percebem que são palavras especiais e aprendem-nas mais depressa", explica.
Foi isso que aconteceu com o "Nico". Numa manhã, há uns meses, estalou o verniz ao habitualmente 'polido' animal. Olhou para uma senhora mais robusta, que estava ao balcão a escolher naperons, e acrescentou à saudação matinal um "ganda cu!", que fez os donos corarem de vergonha. E deixou sem fala todos os presentes."
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Alguns sons do papagaio - aqui e aqui
Alguns sons da catatua - aqui e aqui
Alguns sons da arara - aqui
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Fernanda e Jacinto

22 agosto 2010

Antonio Vivaldi

Algures ouve-se tocar Vivaldi...
É música, vinda de um instrumento, que entra pelas cortinas entreabertas da janela... ou é apenas a nossa imaginação a funcionar, nesta tarde de silêncio e calor?

Antonio Lucio Vivaldi (Veneza, 4 de Março de 1678; Viena, 28 de Julho de 1741) foi um compositor e músico italiano do estilo barroco tardio. Tinha a alcunha de il prete rosso ("o padre vermelho"), por ser um sacerdote de cabelos ruivos.
Vivaldi compôs 770 obras, entre as quais 477 concertos e 46 óperas.
As Quatro Estações (Le quattro Stagioni) são um conjunto de quatro concertos para violino, compostos por ele, em 1723. Esta é a sua obra mais conhecida e está entre as peças mais populares da música barroca. A textura de cada concerto é variada: cada um se assemelha a sua respectiva época.
A música de Vivaldi é particularmente inovadora, quebrando com a tradição consolidada em esquemas; deu brilho à estrutura formal e rítmica do concerto, procurando contrastes harmónicos, inventando melodias e trechos originais.
As suas composições não suscitaram grande adesão em Veneza; os gostos musicais colocaram-no fora de moda. Decide, então, partir para Viena. Mas, para financiar essa deslocação, terá vendido um avultado número de manuscritos, a preços irrisórios.
Em Viena, assume a posição de compositor real na Corte Imperial de Carlos VI (Vivaldi dedicou-lhe La Cetra, em 1727). Mas, por pouco tempo, uma vez que Carlos VI viria a morrer. Este trágico golpe de azar deixou o compositor desprovido da protecção real e de fonte de rendimentos. Vivaldi teve de vender mais manuscritos para sobreviver.
A sua música viria a cair na obscuridade. Terminou a vida na pobreza.
Apenas em meados do século XX, o seu trabalho teve um maior reconhecimento, quando passou a ser organizada, a partir de 1939, a Semana Vivaldi. Desde então, as suas composições obtiveram sucesso universal.

Para ouvir As Quatro Estações:
Primavera
Verão
Outono
Inverno
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Fernanda e Jacinto

19 agosto 2010

A falta do bem essencial e a apologia da esmola

Ver e ouvir os noticiários na TV, tornou-se uma longa travessia do deserto, com catástrofes, assaltos, guerras, mortes, corrupções e miséria.
Hoje, duas notícias nos chamaram a atenção: o aumento do preço do pão e o fecho de mais de setecentas escolas, em Portugal. O pão vai aumentar até 20%, por causa da quebra da produção de cereais... e porque blá blá blá... blá blá blá... Sei lá mais o quê, que vai fazer com que os pobres e os desempregados tenham de comprar mais caro um bem essencial, como o pão.
Outro bem essencial, a educação, vai estar menos ao alcance dos portugueses. Escolas, muitas, foram fechadas. Porque não têm condições (?), porque não têm alunos (?)... porque o Estado precisa de poupar tostões...
Crianças muito pequenas, de creche e de 1º ciclo, vão ser tiradas das suas terras, das suas famílias e vão ser levadas para 20, 30, 40, 60 km de distância. Haverá alguma família que ache isto bem? Só se forem aqueles cujos filhos têm escola ao pé de casa.
Perguntamos: porque se continua a desertificar e matar, a pouco e pouco, uma parte deste país? Porque se insiste em tornar as terras pequenas, mais pequenas e vazias, sem o riso das crianças? Porque se insiste em fazer experiências que já foram feitas noutros países e não deram bons resultados?
Quase que apetece dizer: há que haver muitos pobrezinhos para outros brilharem a dar esmolas!...

Fernanda Pedroso

12 agosto 2010

"Época de fogos" ou abandono da floresta? Os bombeiros, certamente, sabem a resposta!

Segundo um estudo recentemente divulgado, os bombeiros são os profissionais em quem os portugueses mais confiam. Pudera! Quando acontece desgraça, é só com eles que podem contar!
No dicionário, bombeiro voluntário, é o que pertence a uma corporação com a obrigação de acudir a incêndios ou acidentes, unicamente por filantropia.
Em Portugal, o bombeiro é pau para toda a obra: apaga fogos, salva pessoas das águas, transporta doentes para o hospital, faz partos em ambulâncias, desencarcera automobilistas feridos, ajuda feridos, tira vítimas de escombros, etc., etc., etc.
Esta semana, ouvimo-los reclamarem que trabalham 48 a 56 horas seguidas, sem dormir, descansar e comer o suficiente, sem tomar banho e sem que ninguém (as autoridades responsáveis?...) se preocupe com eles.
Onde está o civismo que se apregoa para os outros? Onde está o civismo, que se deseja que os professores incutam às crianças, na escola.
Parece que Portugal dá uso zero aos fundos para a Floresta, gastando-os noutras coisas. Parece!... Por isso, os bombeiros trabalham, muitas vezes, sem as condições de logística necessárias e suficientes. E têm de mendigar junto das populações dinheiro para comprar ambulâncias, veículos e outros equipamentos afins.
Ainda ontem ouvimos, na televisão, um engenheiro ambiental dizer que os grandes incêndios na Amazónia, na Rússia ou em Espanha, correspondem a cerca de 1% da área florestal de cada um desses países, enquanto em Portugal tais valores atingem já os 12%.
Este Verão, por causa da incúria dos responsáveis, já morreram três bombeiros.
Vivam os bombeiros voluntários!

Fernanda Pedroso

09 agosto 2010

Gelados!

O calor que se faz sentir deu-nos vontade de escrever uma notícia verdadeiramente fresca.
Este fim-de-semana decorreu em Cascais o 1º Festival do Gelado.
Impossível não falar dos gelados Santini, cem por cento naturais, deliciosos, sem químicos, sem aditivos e sem corantes. Foram criados por Attilio Santini, imigrante italiano, que estabeleceu, em 26 de Agosto de 1949, uma geladaria na praia do Tamariz. No primeiro dia, todos os gelados foram oferecidos. De então para cá, mesmo pagos, não deixaram de ser um sucesso, que a família Santini procura preservar.
Gelado, é um tipo de guloseima doce e gelada, preparada a partir de derivados do leite. Pode possuir diversos sabores (frutas, baunilha, chocolate, caramelo,café, etc.), sendo a mistura arrefecida enquanto é agitada, para evitar a formação de cristais de gelo. Servido num copo ou cone, é a sobremesa, por excelência, do Verão.
Sorvete, é um sinónimo de gelado, usado em Portugal.
As referências mais antigas sobre as origens do gelado, falam do imperador romano Nero (37-68), que teria mandado trazer neve e gelo das montanhas para misturar com fruta e do imperador chinês King Tang (618-697), que teria um método de combinar leite com água do rio.
Para terminar, vamos saborear um gelado!

Fernanda Pedroso

02 agosto 2010

Novos escravos

Insistimos em continuar os mais tristes, os mais pobres, os mais corruptos. Insistimos, em nome da crise e das dificuldades (quais dificuldades? de quem?), em dar vida de cão a muitos dos nossos compatriotas.
Alguns órgãos de comunicação social, dão hoje notícias deste facto*. O Tribunal de Instrução Criminal do Porto mandou para julgamento 58 indivíduos, organizados em 13 "clãs", acusados de crimes de escravidão referentes ao recrutamento de pessoas numa situação débil: analfabetos, deficientes mentais ou dependentes de álcool ou droga. Há 65 vítimas identificadas.
Entre 1997 e 2005, os acusados dedicavam-se à angariação de mão-de-obra para quintas, caves vinícolas ou para trabalhar nas obras, em várias regiões de Espanha, através da promessa de salários razoáveis, com despesas de alojamento e alimentação pagas. A angariação era efectuada no interior do país, mas também no Porto, em estações de autocarros, comboios, hospitais e no centro da cidade.
Chegados a La Rioja, Logroño, ou outras cidades do Norte de Espanha, os trabalhadores eram colocados em situações desumanas e a viver sob constante ameaça e intimidação, além de agressões.
Tinham de trabalhar todos os dias, desde o nascer até ao pôr-do-sol, sem folgas. Comiam sandes ao almoço e, ao jantar, eram-lhes fornecidos os "restos" da alimentação dos "clãs", que serviam também para dar a animais. E nada ganhavam.
Há vítimas que dizem ter construído cabanas com plásticos para não dormirem ao relento; casos de pessoas que se deitavam em colchões retirados do lixo; outros viviam em casas degradadas, sem casa-de-banho, o que os obrigava a tomar banho em rios ou riachos.
A situação é, por vezes, tão intolerável que alguns acabam por conseguir fugir e regressar a Portugal, mas sempre sob receio de represálias por parte dos grupos.
Estes trabalhadores, regressam humilhados, mais pobres do que foram e com uma história triste para contar.
Assim é a nova escravatura.
A nós, tudo isto deixa um gosto amargo na boca.
Quem parece não se incomodar muito é a justiça e os governantes portugueses. Até quando?

* Caso do Jornal de Notícias, onde se baseou este artigo.

Fernanda e Jacinto

Parabéns, Mariana!

Muito felizes por fazeres hoje 23 anos, desejamos que eles sejam repletos de felicidade, alegria, sonhos e todas as coisas que nos fazem bem.
E porque filho é sempre filho, recordamos e adaptamos para pai e mãe, um texto que fala da relação mãe/filho.
"O coração dos pais é um músculo que bate sem parar, mas é, também, um lugar mágico onde acontecem coisas extraordinárias. Assim, está ligado ao coração dos filhos por um fio fininho, invisível e tudo o que acontece aos filhos, faz acontecer quelquer coisa no coração dos pais.
Se os filhos dão gargalhadas, o coração dos pais dança.
Se os filhos estão tristes, o coração dos pais parte-se em mil bocadinhos.
Quando os filhos adoecem, o coração dos pais fica pequenino.
Congela, quando os filhos se perdem.
É um novelo embaraçado, quando não compreendem os filhos.
É um sino que toca sem parar, quando os filhos precisam de ajuda.
Ganha ferrugem, quando não vêem os filhos há muito tempo.
E
enche-se de garras e dentes afiados quando querem fazer mal aos filhos."

Beijinhos!
Fernanda e Jacinto